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Amianto (latim) ou asbesto (grego) são nomes genéricos de um minério encontrado no solo muito utilizado pelo setor industrial.As rochas de amianto se dividem em dois grupos: as serpentinas e os anfibólios. As serpentinas têm como principal variedade a crisotila ou "amianto branco", que apresenta fibras curvas e maleáveis. Os anfibólios são compostos por fibras duras, retas e pontiagudas, agrupando-se em 5 variedades principais: amosita ("amianto marrom"), crocitolita ("amianto azul"), antofilita, tremolita e actinolita. Nos processos de extração há proporções variáveis dos tipos das fibras.O amianto marrom e o azul são os mais importantes economicamente e os mais prejudiciais à saúde, e por isso vem sendo proibidos em vários países como França, Itália e Alemanha.Até 1980, a extração do amianto era feita por via seca, o que propiciava a pulverização de pequenas fibras inaláveis e acometia os trabalhadores dos malefícios causados pelo amianto. A partir dos anos 80, o processo de extração foi modificado, e passou-se a extrair o minério através de jatos de água direcionados (processo por via úmida) o que colabora para que diminua o número de partículas inaláveis presentes no ambiente da mina.Aplicações No Brasil, cerca de 25.000 trabalhadores são expostos ao asbesto nos vários segmentos da indústria e na mineração. O setor cimento amianto ou fibrocimento responde por 85% do amianto utilizado em 30 fábricas, contabilizando aproximadamente 8 mil trabalhadores expostos. Metade dos telhados, no Brasil, são de fibrocimento, por serem uma alternativa barata e prática.O amianto é utilizado na produção de: caixas d`água, telhas onduladas e tubulações; produtos de fricção como lonas de freio e discos de embreagem; produtos têxteis, como luvas especiais, mangueiras e forração de roupas; filtros para líquidos de interesse comercial; de papéis e papelões; de produtos de vedação para a indústria automotiva.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Verdade e hipocrisia sobre o amianto - Folha de S. Paulo

Data: 19/03/2001
Local: Cuiabá - MT
Fonte: 24 Horas News
Link: -


De Marconi Perillo

Por convicção pessoal, a discussão e a defesa da ecologia são marcas do meu governo. Minha tomada de posição a favor da exploração do amianto crisotila não é apenas a defesa do governador que se preocupa com as milhares de famílias que, de alguma maneira, tiram seu sustento do minério. Minha defesa é a de um cidadão que acredita que um tema sério como o ambiente não pode servir de barricada para o atraso daqueles que são contra toda intervenção no ambiente ou, pior, para a defesa de interesses econômicos internacionais, como a que é orquestrada pelos fabricantes internacionais de fibras alternativas. O amianto explorado no Brasil não é o mesmo produzido em outros países e considerado nocivo ao homem, como o anfibólio. O amianto crisotila ainda não foi devidamente analisado. Mas todas as pesquisas realizadas por organismos sérios, como a Unicamp e a USP, indicam que os efeitos colaterais para o homem são mínimos e não avalizam a proibição de sua exploração. O banimento do amianto crisotila da cidade de Minaçu tem como pano de fundo grandes interesses econômicos pela disputa de mercado de, aproximadamente, 3.000 produtos -caixas-d'água, telhas, canos e pastilhas de freio. Esses materiais advindos do amianto crisotila são muito mais baratos. No entanto esse objetivo tem sido, até então, escamoteado, guardado a sete chaves. Do contrário, veriam-se afloradas as facetas do jogo comercial sórdido que historicamente tem-nos tratado como povo colonizado. Tenho a firme convicção de que o amianto crisotila continuará sendo explorado em Goiás, porque os estudos encomendados pelo Ministério do Meio Ambiente vão referendar o que dizemos, que ele não é um problema de saúde pública. Goiás já solicitou várias vezes ao governo que fornecesse estudos científicos sérios que demonstrassem ser a crisotila de Minaçu nociva à saúde pública. Até hoje não recebeu esses estudos. E sabem por que não recebeu? Porque eles simplesmente não existem. Todos que são contrários ao amianto crisotila baseiam-se em estudos produzidos no estrangeiro, geralmente fornecidos pelo lobby que luta pelo seu banimento. Nossa história é rica em exemplos dessas investidas alienígenas. Para isso contam com recursos financeiros suficientes para superar os obstáculos contrários aos seus propósitos. Montam-se encenações e usam todos os recursos de mídia e argumentos necessários à maquiagem de inverdades. Em algumas situações contam, até mesmo, com representantes locais, dirigentes políticos, aliados no mínimo desavisados, mal-informados e equivocados, que acabam assumindo papel importante aos interesses comerciais deles em relação à soberania nacional. O Brasil utiliza o amianto crisotila há mais de 70 anos. Cerca de 50% dos telhados e 80% das caixas-d'água são fabricados com esse produto. O único estudo epidemiológico amplo sobre seus efeitos realizado no Brasil, envolvendo mais de 10 mil trabalhadores, foi o realizado pela Unicamp, pela USP (Instituto do Coração, Divisão de Imagem e Departamento de Patologia) e pela Universidade Federal de São Paulo, que possuem as mais conceituadas faculdades de medicina do Brasil. Com elas estavam duas universidades canadenses e o Niosh, órgão encarregado das questões de saúde e segurança no trabalho do governo dos EUA. O estudo foi feito com os funcionários da Sama que trabalharam na sua antiga mina de São Félix (BA) e com aqueles que trabalham em Minaçu. O estudo mostrou que em Minaçu não existe a problemática propagandeada pelos detratores do amianto crisotila. Diante deste insofismável golpe na propaganda anti-amianto crisotila, duas foram as reações dos seus opositores. A primeira foi alimentar a mídia com informações dando conta que o estudo dessas universidades tinha sido financiado pela Sama. Goiás manifestou sua mais forte repulsa a esse tipo de comportamento. Devemos acreditar que os professores e médicos destas conceituadas universidades brasileiras simplesmente se venderam e falsificaram os seus dados? Com a experiência política e de vida de que disponho, simplesmente não acredito que esses médicos e professores seriam capazes de tamanha vilania contra o povo brasileiro. Se o Brasil der guarida a essa propaganda fascista teria, também, de repudiar as melhores faculdades de medicina do Brasil. Evidentemente, essa hipótese é absurda. A segunda tática dos opositores ao amianto crisotila, no Conama e em outras instâncias, é a de incentivar municípios e Estados a banirem este bem mineral através de leis municipais e estaduais. Goiás decidiu questionar no Supremo Tribunal Federal todas as leis estaduais e municipais que banirem o uso e a comercialização do amianto crisotila. Diante de tamanha agressão à economia do Estado e do município de Minaçu, outra não poderia ser a decisão. Dessa forma, o aproveitamento desse recurso mineral deverá ter seu foco de defesa não só no interesse da população de Minaçu e de Goiás mas na soberania do país, na capacidade de saber reconhecer nossas riquezas naturais, transformá-las, sob o ponto de vista de um desenvolvimento sustentável, em benefício da garantia de melhoria de vida de nossa população. Marconi Perillo, 37, é governador (PSDB) de Goiás.

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